quinta-feira, 19 de novembro de 2009

O teu olhar

Tornou-se angustiante contemplar o teu olhar
Não esse que sempre trazias colado a ti, como lapa
Que não largavas nem por um punhado de promessas
Ou palavras ardilosas pejadas de embuste
Que reluzia na escuridão opaca das noites
E ofuscava a claridade alva do dia amanhecido
Mas o que agora revelas tão distante e obsessivo
Sem fulgor, sem lustre, apagado, cinzelado
Manchado de incerteza, vacilante, maculado,
um olhar vago e profanado, envolto em desmazelo
sem empenho em continuar, sem desvelo…
Poderei eu voltar a contemplar o teu olhar
Sem a angústia de mim se apoderar?

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