quinta-feira, 19 de novembro de 2009

No decifrar

Tens uma vontade de me definir
Determinação em me decifrar
Como palavras cruzadas
De um qualquer jornal
Como se eu fosse um enigma
Fazer-me livrar do estigma
De instável e sentimental
Podes procurar onde quiseres
Jamais vais encontrar a solução (porque)
Sou água que te corre entre os dedos
Sou a âncora dos teus medos
Areia que foge entre as mãos
Água do mar que não se cansa
Quando toda a vida balança
Maré baixa, maré cheia
A crente e a ateia
A tempestade e a bonança
O desconfiar e a confiança
A inquietação e a quietude
O defeito e a virtude
E quanto mais me tentas encontrar
Mais me perdes, mais te perdes
E quanto mais tentas me conhecer
Menos conheces, mais te enganas
Porque há pessoas assim
Que são a pergunta e a resposta
A escarpa e a encosta
Impossíveis de escalar
Impossíveis de decifrar…

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