quinta-feira, 19 de novembro de 2009

A minha noite

Sou da noite a noite é minha
Gosto quando ela me acarinha
Com palavras doces e meigas
Me mantém os olhos abertos
Me dá a insónia por companhia
Me ampara as fraquezas do dia- a-dia
E me faz ter alguma paz…
Gosto do silêncio que a noite me empresta
Quando o barulho quase me arresta
E me desfaz a vida ficcionada
Gosto quando se acende e me ilumina
Para que na escuridão veja melhor
E fico tão apreensiva e angustiada
Quando se aproxima a alvorada
E fico à mercê de tormentos alvos
Porque não gosto da claridade reluzente
Do sol teimoso que me torna transparente
E revela uma fragilidade que teimo esconder
Prefiro a noite e a escuridão
Onde é tão fácil passar despercebida
E pela penumbra ser protegida...
Sinto-me bem na noite e não quero dormir
Fechar os olhos não vou mais permitir
Dormindo, corro o perigo de sonhar contigo
Por isso está decidido, nunca mais dormirei
Ficarei de vigília ver as horas a passar
Sem dormir, sem descansar
Esperando o dia expirar
Ansiosa pela minha noite

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