domingo, 4 de maio de 2008

Amor-Cometa

Seja dia, seja noite
tu colado à lembrança
como um sonho de criança
como as vozes de alguém, quem?
e quando a sombra souber cantar
e quando as nuvens souberem dançar
tu sabes que eu cheguei, envolta em mistério,
em precipitações terrenas, em brisas tão amenas
e nem precisas, e nem precisas
nem precisas te inquietar... porque
a minha presença far-se-à notar
o meu perfume inundará um ar
invisível a teus olhos, mas tão presente
leveza do meu ser, encontro mais que cadente
tal qual dois cometas, explosão quântica celeste
universo de constelações, adulando o agreste

desci do pedestal, mais parecia Saturno
desci à esfera do mal, a este árido mundo
só para te ver, pra te beijar, só para te sentir
levei-te comigo para um mundo que há-de vir...

Ascendi com pressas dignas de registo
Deixei em ti o frémito e um toque vibração
Similar a terramoto, ou violenta erupção
de vulcão, cinza e lava que não lava o coração
saudade é a palavra que não tem tradução
noutra língua, noutro mundo, noutra órbita
é sentida simplesmente, sem arrolar e soletrar
amada sem reservas com a boca a arquear
suspirando por algum suspiro milenar
à distância de milhões de anos –luz
onde o teu rosto permanece e reluz...

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