quinta-feira, 1 de maio de 2008

Imunidade

Peguei no saquinho d´ervas
nas velinhas de cheiro a conservas
Acendi como manda a lei
O teu nome mil vezes, nem sei!
Dei então início ao feitiço
E foi tamanho o reboliço
Quando o mago me disse
Que tu eras imune...
O meu rosto encandeou-se
Com atroz revelação
Dei voltas e mais voltas a pensar
O que fazer para contrariar
Colossal falta de sorte
Antes levar a morte a passear


Estás imune à maldade
Estás imune à verdade
Imunidade... imunidade...
Estás imune à contrariedade
Estás imune à sinceridade
Imunidade...Imunidade


Imune à maldade
E à verdade talvez
Estarás imune ao amor?
E ao que ele nos fez?
Na magia branca ou negra
Um de nós fica a perder
Magoa-se sem querer
Quem nada vai receber
Desfazem-se aos bocados
tantos a desejar-te mal
Tantos a querer picar
Tu a encher e nunca a rebentar
Como qualquer balão
De uma festa de ocasião
Ou até de aniversário
Estarás imune?


Conto os dias no calendário
Pra matar o ser lendário
Que vive dentro de ti
Faltam muitos para terminar
Esta guerra auto proposta
Que continua sobreposta
A todas a nossas vidas?
Infelizmente sou infeliz
E tu continuas imune
Nenhum capricho passa impune
E cada olhar é um fardo
Tão pesado de carregar
Quem te dotou de imunidade?
O diabo concerteza
Não encaro com leveza
De ti só levo a certeza
Que estás imune.... a mim...

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