terça-feira, 26 de maio de 2009

Esse

O tempo passava por mim
Tão ingénuo e sossegado
Entrelaçado comigo num só
Sem me incomodar,
Sem que pudesse duvidar
Do que quer que fosse
O tempo passava por mim
Sem grandes conversas
Calado e prostrado às evidências
Tudo decidido trilhando o normal
Mas sem que nada o fizesse prever
Só de te ouvir dizer
Que somos tão iguais
as coisas mais banais
tornaram-se especiais
O tempo deixou de passar por mim
Parei a teus pés curvada
Pela tua luz ofuscada
Sedutora e seduzida
Sem espaço para pensar
Sem mais nada a duvidar
Tudo tão errado e estranhamente certo
Milimetricamente traçado e recto
Como se alguém guiasse a minha mão
Me ajudasse a escrever
As linhas desta história por nascer
E num lapso de tempo
Apenas num breve instante
Umas dúvidas se emanciparam
Alguns porquês ao ouvido me gritaram
Tapei-os às insanidades
Não quero respostas nem perguntas
No tempo quero ficar parada
Minimamente preocupada
Mesmo que isso me leve a nada…

1 comentário:

João Fonseca disse...

identifico-me com este