domingo, 10 de maio de 2009

Conversas Vãs

Um dia nublado, um sol colado
No picotado do poente
Hoje estou contente?
Talvez assim não seja,
sempre que preveja
Mais uma batalha campal ,
entre o bem e o mal...
Para variar estamos frente a frente
Sem ideais nem ideias em mente
Como dois corpos abandonados à intermitência
Quando a eloquência nega o seu lugar
Vamos falar antes que o dia se acabe
O sol se ponha, a escuridão avance
E nos cubra de penumbra
Colocar os pontos no is
Como se os is fossem os pontos
que faltavam para nos ajudar
Vamos falar antes que se esgote a palavra
e não tenhamos mais nada a contar e a dizer
deixar cair essa monotonia
em que mergulhamos um dia
saber sair tal como soubemos entrar
É urgente um entendimento
Sem que o lamento seja arma de arremesso
Em que tropeço sempre que peço mais atenção
Vamos falar? Começo eu? Começas tu?
Dou-te a palavra, pretendo ouvir
Os verbos estão à porta mas custam a sair
Sons esgazeados e descompassados
Desordenados sem qualquer correlação
Parece que a conversa foi em vão
Fabrica-se outra discussão
Adeus …

1 comentário:

carla lemos disse...

falar para as paredes ninguém gosta, este está muito bom