segunda-feira, 18 de fevereiro de 2008

Comportamentos

Tu como assa- fétida
No qual emprego meu arcaísmo
Banha-nos a água tépida
Possuis o meu feminismo

Não consigo arenga congruente
Tua lasciva intrepidez me impede
Às vezes responsável ou inconsequente
Tua voz no meu sangue acede

Ferem-me, em golpes, tuas ironias
Minha alegria se esmaga logo no berço
E num rosário de ave-marias
Sou temente a ti como ao terço

Quantos prantos até à exaustão
Por ti, por teus murmúrios cruéis
Sou tua escrava mesmo dizendo que não
Como do veneno infiltrado de cascavéis

Se retrocedesse minha cognição
Logo à partida se apagava o desejo
Mas para minha punição
Acende-se cada vez que te vejo

Com ele tão pouca familiaridade
Ele comigo tanto desdém
Mas nos pensamentos igualdade
Eu tenho-o a ele, e ele me tem

Sem comentários: