terça-feira, 8 de janeiro de 2008

Viagem

Enternecida com a viagem
De pulos e conversas animada
Paramos entre a folhagem
Que sorriu ao ser contemplada

Pássaros apareceram
Sobrevoando as montanhas cumeadas
Que até estremeceram
Ao som das nossas gargalhadas

Tudo estava tão colorido
Por todo o lado se espalhava animação
Se não fosse um alarido
Tudo corria na perfeição

Vime e pau partido
Com a brutalidade da nossa passagem
Procurávamos o alarido
No meio da ramagem

De súbito começo a ouvir
Vozes de gente assustada
Como se estivessem a fugir
De alguma emboscada

Apenas tudo não passou
De um grande susto
Foi um vestido que se rasgou
Porque ficou preso num arbusto

Estranhei a sua hesitação
Em contar o sucedido
E a sua satisfação
Apesar de ter rasgado o vestido

De repente, ao longe, passava
Um vulto com cuidado redobrado
Um bocado de vestido levava
Semelhante ao que havia sido rasgado

Curiosidade crescente
Para descobrir e desvendar
O que era evidente
Mas escuro ao primeiro olhar

Afinal, depois de muito pensamento
Cheguei à merecida conclusão
Que a viagem foi o momento
De um amor de perdição

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