Anoitece na Palestina, à espera, em cada esquina
Está uma alma preparada, a evaporar pró nada
Tudo em nome de um deus, que é puro e está nos céus
Seguindo a religião, o paraíso cabe na mão
Não é preciso ler a sina, pra saber o que se adivinha
O castigo dos infiéis, vão-se os dedos ficam os anéis
Vai-se a vida, a existência, fica a mancha da presença
Anoitece nessa terra, onde um simples trovão
É guerra! Fria ou quente, é ter sorte
O sol põe-se entre nuvens, o passado não regressa
Quem tem vida, tem medo, quem quer paz, foge cedo
O céu não é igual, está envolto em neblina
O perigo espreita em cada esquina
Anoitece na Palestina...
Rumar a Israel ao muro das lamentações
Bater com a mão no peito, pedir mil perdões
Ou será que não há tempo para essa lamúria
Tudo o que mais abunda é uma incúria
Maldição que se abateu sobre suas vestes
Mais uma ofensiva, é breve, está prestes
a acontecer, não há nada a temer,
sinfonia explosiva, com orquestra organizada
há carne pra canhão e uma passadeira vermelha
que conduz ao céu que há tanto espera
com as portas abertas e exaustas, lugares reservados
a noite que se aproxima lesta, em tons arroxeados
diz adeus beija a terra santa, diz adeus vais pra deus,
diz adeus vais pra deus, vais ser mártir, cinza e nada
diz adeus à tua terra tão amada, despede-te, diz adeus
enquanto anoitece...na Palestina...
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