quinta-feira, 13 de dezembro de 2007

Anoitece na Palestina

Anoitece na Palestina, à espera, em cada esquina

Está uma alma preparada, a evaporar pró nada

Tudo em nome de um deus, que é puro e está nos céus

Seguindo a religião, o paraíso cabe na mão

Não é preciso ler a sina, pra saber o que se adivinha

O castigo dos infiéis, vão-se os dedos ficam os anéis

Vai-se a vida, a existência, fica a mancha da presença

Anoitece nessa terra, onde um simples trovão

É guerra! Fria ou quente, é ter sorte

O sol põe-se entre nuvens, o passado não regressa

Quem tem vida, tem medo, quem quer paz, foge cedo

O céu não é igual, está envolto em neblina

O perigo espreita em cada esquina

Anoitece na Palestina...


Rumar a Israel ao muro das lamentações

Bater com a mão no peito, pedir mil perdões

Ou será que não há tempo para essa lamúria

Tudo o que mais abunda é uma incúria

Maldição que se abateu sobre suas vestes

Mais uma ofensiva, é breve, está prestes

a acontecer, não há nada a temer,

sinfonia explosiva, com orquestra organizada

há carne pra canhão e uma passadeira vermelha

que conduz ao céu que há tanto espera

com as portas abertas e exaustas, lugares reservados

a noite que se aproxima lesta, em tons arroxeados

diz adeus beija a terra santa, diz adeus vais pra deus,

diz adeus vais pra deus, vais ser mártir, cinza e nada

diz adeus à tua terra tão amada, despede-te, diz adeus

enquanto anoitece...na Palestina...


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