Conheci-a faz tempo
Pareceu-me bela no momento
Veio lesta e mansinha
Até bebemos caipirinha
Julguei-a minha amiga
Uma boa rapariga
Poucos dias passaram
Até mudar a opinião
Até saber que afinal
Ela é dona bem conhecida
Nem sempre bem-vinda
ou compreendida
Só tenho a questionar
Porquê a mim dona dor?
Ela diz que foi mandada por ti
Que veio fazer-me companhia
Para eu me lembrar que um dia
algures escrito noutro tempo
se formou e esfumou a nossa história
pra que jamais apague da memória
tendo dona dor como sombra e guia…
E agora mais conformada
aqui fica apresentada:
Hoje vos apresento a minha dor
Cumprimentem-na se faz favor
Com dois beijinhos com sorrisinhos
Faz parte da etiqueta da boa educação
Se forem cavalheiros beijam-lhe até a mão
A mão da D. Dor, a mão da D. Dor....
Houve um tempo em que me inquietei
Me contorci e desesperei,
por ela ser a minha sombra
por não dar um passo sozinha
Mas cada vez mais me convenço
Que somos irmãs gémeas
Que nunca se separam
Irremediavelmente ligadas
pelo mesmo cordão umbilical
Dona dor vive comigo
Eu vivo pra dona dor
Sinto o mesmo que ela sente
Ela de mim não tem pena
Eu dela não faço acaso
Viro as costas não lhe falo
Nem adianta falar
que apenas com um olhar
Ela me domina e faz render
Dona dor, nas suas mãos tem o poder!
terça-feira, 2 de junho de 2009
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2 comentários:
É a pura realidade...a D. Dor está sempre presente em nós...
Gostei muito do teu poema, fantástico, um dos melhores para mim...
Só quem conhece a dor escreve assim, tu conheces sílvia, mas também a sabes fintar, tu tens força para isso.beijos
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