Seja dia, seja noite
tu colado à lembrança
como um sonho de criança
como as vozes de alguém, quem?
e quando a sombra souber cantar
e quando as nuvens souberem dançar
tu sabes que eu cheguei, envolta em mistério,
em precipitações terrenas, em brisas tão amenas
e nem precisas, e nem precisas
nem precisas te inquietar... porque
a minha presença far-se-à notar
o meu perfume inundará um ar
invisível a teus olhos, mas tão presente
leveza do meu ser, encontro mais que cadente
tal qual dois cometas, explosão quântica celeste
universo de constelações, adulando o agreste
desci do pedestal, mais parecia Saturno
desci à esfera do mal, a este árido mundo
só para te ver, pra te beijar, só para te sentir
levei-te comigo para um mundo que há-de vir...
Ascendi com pressas dignas de registo
Deixei em ti o frémito e um toque vibração
Similar a terramoto, ou violenta erupção
de vulcão, cinza e lava que não lava o coração
saudade é a palavra que não tem tradução
noutra língua, noutro mundo, noutra órbita
é sentida simplesmente, sem arrolar e soletrar
amada sem reservas com a boca a arquear
suspirando por algum suspiro milenar
à distância de milhões de anos –luz
onde o teu rosto permanece e reluz...
domingo, 4 de maio de 2008
Outro igual
Bom dia! Acordei e já nem sei
porque que fico tão agradecida
de continuar a viver esta vida
de respirar sempre o mesmo ar
de todos os dias me enganar
a respeito das pessoas
Pensá-las más e nunca boas.
Não sei como salto de euforia
Se no segundo de cada dia
Fico senil e impertinente
Acelero uma velhice decadente
Com a desregrada carreira
Que a lado algum me conduz
Nem me seduz, o meu amor é outro
Traio-te a cada minuto...
Nem mais um pouco, não consigo conceber
Labutar e lutar por um ideal que não é meu
Não consigo render e perceber que o faço sem vontade
Continuo presa em liberdade...
Com impulso salto da cama
Um novo dia, será que é desta vez?
Que acabam os porquês, os porque não,
Que me liberto, me realizo,
chego com um dedo ao céu
Passa o tempo, me apercebo que de nada
valeu mais esta espera, caí noutra cilada
Bem armada pela minha ansiedade
Desatino com dúvidas a ir e vir
Esperando a noite para dormir
Esperançada por nova oportunidade
Saída dos braços da mãe piedade
E é assim que vivo em permanente
sobressalto do agora e do somente
rindo da tristeza, chorando da alegria
que ainda não tive...
porque que fico tão agradecida
de continuar a viver esta vida
de respirar sempre o mesmo ar
de todos os dias me enganar
a respeito das pessoas
Pensá-las más e nunca boas.
Não sei como salto de euforia
Se no segundo de cada dia
Fico senil e impertinente
Acelero uma velhice decadente
Com a desregrada carreira
Que a lado algum me conduz
Nem me seduz, o meu amor é outro
Traio-te a cada minuto...
Nem mais um pouco, não consigo conceber
Labutar e lutar por um ideal que não é meu
Não consigo render e perceber que o faço sem vontade
Continuo presa em liberdade...
Com impulso salto da cama
Um novo dia, será que é desta vez?
Que acabam os porquês, os porque não,
Que me liberto, me realizo,
chego com um dedo ao céu
Passa o tempo, me apercebo que de nada
valeu mais esta espera, caí noutra cilada
Bem armada pela minha ansiedade
Desatino com dúvidas a ir e vir
Esperando a noite para dormir
Esperançada por nova oportunidade
Saída dos braços da mãe piedade
E é assim que vivo em permanente
sobressalto do agora e do somente
rindo da tristeza, chorando da alegria
que ainda não tive...
Final
Esmaguei o teu orgulho
entre os meus dedos
Pisei-te a vaidade com os pés
Eras mais um soldadinho de cartão
Que obedece cegamente ao capitão
Já só resta uma sombra fugidia
Mas bem podes esquecer que algum dia
Foste efémero e tão eterno ao mesmo tempo
Foste a luz que cega e deixa ver por um momento
Jamais acreditei que voltasses ao que eras
Após o devaneio, já só ficam as quimeras
Difíceis, longínquas, e tão austeras...
Dois verões seguidos e três primaveras
O sol comeu a noite e tudo ficou seguro
Se ficasses comigo tinha-te dado o mundo
Opção mais que real, mistura arrependimento
as horas são fatais pra matar um sentimento
E de momento nada mais há a dizer
A reticência é a melhor resposta que se pode ter
Permaneço muda e calada
Não existem respostas a certas questões
Sou apenas mais uma em dez milhões
que às centenas tem problemas
de rajada saio de casa dou um jeito às melenas
vou desfilar na rua as minhas penas
não tenho nada, mas a vida continua...
Reticente como em frase inacabada
Indecisa na hora de tomar decisões
A separação de dois corações
Nunca é uma explicação pacífica
É uma guerra moribunda e arbitrária
Em que vence o tiro mais certeiro
O míssil esguio e mais ligeiro
Em louvores vendidos aos bravos soldados
Cheios de amor e pátria porém desconfiados
que lutam e voltam a lutar até expirar,
Sem mais nada, a última das perpétuas – roxas
Descobrindo sentido nas palavras mochas
Que vacilam coxas até a ti chegar
Acabou o filme d´esperanças penhoradas
Prós e contras, decisões delineadas
Sulcadas num acto simulado...
Continuo a esmagar-te as aspirações
Continuo a negar –te essas conclusões
Que começam e acabam em ti...
entre os meus dedos
Pisei-te a vaidade com os pés
Eras mais um soldadinho de cartão
Que obedece cegamente ao capitão
Já só resta uma sombra fugidia
Mas bem podes esquecer que algum dia
Foste efémero e tão eterno ao mesmo tempo
Foste a luz que cega e deixa ver por um momento
Jamais acreditei que voltasses ao que eras
Após o devaneio, já só ficam as quimeras
Difíceis, longínquas, e tão austeras...
Dois verões seguidos e três primaveras
O sol comeu a noite e tudo ficou seguro
Se ficasses comigo tinha-te dado o mundo
Opção mais que real, mistura arrependimento
as horas são fatais pra matar um sentimento
E de momento nada mais há a dizer
A reticência é a melhor resposta que se pode ter
Permaneço muda e calada
Não existem respostas a certas questões
Sou apenas mais uma em dez milhões
que às centenas tem problemas
de rajada saio de casa dou um jeito às melenas
vou desfilar na rua as minhas penas
não tenho nada, mas a vida continua...
Reticente como em frase inacabada
Indecisa na hora de tomar decisões
A separação de dois corações
Nunca é uma explicação pacífica
É uma guerra moribunda e arbitrária
Em que vence o tiro mais certeiro
O míssil esguio e mais ligeiro
Em louvores vendidos aos bravos soldados
Cheios de amor e pátria porém desconfiados
que lutam e voltam a lutar até expirar,
Sem mais nada, a última das perpétuas – roxas
Descobrindo sentido nas palavras mochas
Que vacilam coxas até a ti chegar
Acabou o filme d´esperanças penhoradas
Prós e contras, decisões delineadas
Sulcadas num acto simulado...
Continuo a esmagar-te as aspirações
Continuo a negar –te essas conclusões
Que começam e acabam em ti...
Noite
Quero dormir toda a manhã
Enquanto o mundo gira
Empurrado pela afã
do escuro cintilar
Da noite e escuridão
Onde os meus olhos repousam
A difícil convulsão
a que foram sujeitos
imperfeitos, liquefeitos, atreitos
com as luzes da pista
a perder-se de vista
a cabeça a rondar
outras caras e medos
dormir somente
fugir dos enredos
de uma dança qualquer
no meio de homens ser mulher
Noite! péssima companheira
nos azares aventureira
quem nada teme,
tem a noite anfitriã
enquanto não chega a manhã
Podendo dançar na noite
No escuro estar protegida
Põe na dança a tua vida
Põe na noite a tua mão
Sente o calor, sente a pulsação
Da noite! noite!
cansei o meu corpo
abandonei-o à exaustão
não quero nem preciso
que me peças perdão
o que lá vai lá vai
faz parte do passado
de entreabertas entremeado
de contos mal contados
quero apenas descansar
sem ouvir o tilintar
dos copos partidos
desse abanar de ancas
consentindo pecados
beijos roubados na secreta noite
quero fechar a cabeça
entre fofas almofadas
cobertores de abas bordadas
para esquecer que fui parte da noite
e que a noite foi parte de mim
ser apenas um sono leve e fresco que dorme
e não acorda sem ordenada ordem
Sem prévio consentimento
É chegado o momento de fingir
Não ter nada a ver com esses mundos
E levantar o sossego, nunca mais ter medo
Acordar e sentir-me leve e livre
Enquanto o mundo gira
Empurrado pela afã
do escuro cintilar
Da noite e escuridão
Onde os meus olhos repousam
A difícil convulsão
a que foram sujeitos
imperfeitos, liquefeitos, atreitos
com as luzes da pista
a perder-se de vista
a cabeça a rondar
outras caras e medos
dormir somente
fugir dos enredos
de uma dança qualquer
no meio de homens ser mulher
Noite! péssima companheira
nos azares aventureira
quem nada teme,
tem a noite anfitriã
enquanto não chega a manhã
Podendo dançar na noite
No escuro estar protegida
Põe na dança a tua vida
Põe na noite a tua mão
Sente o calor, sente a pulsação
Da noite! noite!
cansei o meu corpo
abandonei-o à exaustão
não quero nem preciso
que me peças perdão
o que lá vai lá vai
faz parte do passado
de entreabertas entremeado
de contos mal contados
quero apenas descansar
sem ouvir o tilintar
dos copos partidos
desse abanar de ancas
consentindo pecados
beijos roubados na secreta noite
quero fechar a cabeça
entre fofas almofadas
cobertores de abas bordadas
para esquecer que fui parte da noite
e que a noite foi parte de mim
ser apenas um sono leve e fresco que dorme
e não acorda sem ordenada ordem
Sem prévio consentimento
É chegado o momento de fingir
Não ter nada a ver com esses mundos
E levantar o sossego, nunca mais ter medo
Acordar e sentir-me leve e livre
Amante do Silêncio
Entendo tão bem o silêncio
Que vozes caladas lhe falam
Entendo tão bem o silêncio
Que sons tão altos se calam
É o império do silêncio
Onde me procuro e me encontro
Silenciosa vida ...
Sou amante do silêncio
Assim como sou de ti
Só o silêncio me reconforta
E me renova a energia
Que tu me tiras sem pensar
Só no silêncio falamos sem falar
Nele nos entendemos, em mundos pequenos
Com gestos que insinuam segredos
Dizemos mais do que quem fala
É única a linguagem corporal
Fala-me com a língua
num beijo silencioso
os lábios encostam a dormir
não os acordo, permanece o silêncio
de um silencioso bramir
morde o lábio mas nunca o digas
não perturbes quem dormita
A quietude chama por ti, aflita
Tacitamente digo tudo o que tenho a dizer
com o corpo desenho o que quero fazer
sempre me entendeste, silêncio
bastando um olhar para incendiar
o que o silêncio pede, o que ele ordena
silencioso acto, a malícia não é pequena
sou amante do silêncio em dose serena
e não vale a pena tentar separar
o silêncio do silêncio eles querem-se amar!
Tão envergonhados de exprimir parcas palavras
Usá-las é um desperdício e de tão caras
ficam trancadas na gaveta das memórias
Onde só têm lugar primorosas histórias
Amordaçadas com severas correntes
Oiço o cerrar dos dentes prendendo o som
E o não ouvir ouvindo o não som é tão bom!
Que vozes caladas lhe falam
Entendo tão bem o silêncio
Que sons tão altos se calam
É o império do silêncio
Onde me procuro e me encontro
Silenciosa vida ...
Sou amante do silêncio
Assim como sou de ti
Só o silêncio me reconforta
E me renova a energia
Que tu me tiras sem pensar
Só no silêncio falamos sem falar
Nele nos entendemos, em mundos pequenos
Com gestos que insinuam segredos
Dizemos mais do que quem fala
É única a linguagem corporal
Fala-me com a língua
num beijo silencioso
os lábios encostam a dormir
não os acordo, permanece o silêncio
de um silencioso bramir
morde o lábio mas nunca o digas
não perturbes quem dormita
A quietude chama por ti, aflita
Tacitamente digo tudo o que tenho a dizer
com o corpo desenho o que quero fazer
sempre me entendeste, silêncio
bastando um olhar para incendiar
o que o silêncio pede, o que ele ordena
silencioso acto, a malícia não é pequena
sou amante do silêncio em dose serena
e não vale a pena tentar separar
o silêncio do silêncio eles querem-se amar!
Tão envergonhados de exprimir parcas palavras
Usá-las é um desperdício e de tão caras
ficam trancadas na gaveta das memórias
Onde só têm lugar primorosas histórias
Amordaçadas com severas correntes
Oiço o cerrar dos dentes prendendo o som
E o não ouvir ouvindo o não som é tão bom!
quinta-feira, 1 de maio de 2008
Desculpa
Desculpa se te iludi
Se te fiz acreditar
que era dona de algo especial
distante do que é banal
desculpa se te fiz crer
Que as conversas que tivemos
Faziam parte de uma história
de amizade ou de amor
Sou somente uma pessoa
Que não pode amar ninguém
Vendi o coração a retalhos
Tenho os nervos em frangalhos
Desconverso desse tema
Desculpa se te dei a entender
Outra perspectiva a despontar
que era diferente desses pãezinhos sem sal
Que em qualquer boca sabem mal
Para mim o amor é somente
Tema de filme ou de poema
Vida de quem só faz cinema
Algo falso e colorido
Pelas telas e écrans
Que se farta de todas as manhãs
Acordar na mesma cama
Olhar a mesma pessoa
Com necessidade de afectos
Sempre a delinear projectos
Carente e fervente do que poderei dar
Desculpa se pareci ser a ideal
De ideal nada possuo
Milhões de defeitos
Umas e outras virtudes
Nem me interessa que te mudes
Na ânsia de me agradar
No amor nada me agrada
Só a dor que faz sentir
Em mim ficou marcada
Tudo o resto se apagou
Como o trilho da esponja
Que roçava as ardósias
Nos tempos idos de escola
Que jamais voltarão
Agora o que tens a fazer
É tentar me esquecer
Interiorizar que fui um pesadelo
Do qual vais acordar
Já passou!... podes suspirar e respirar de alívio…
Se te fiz acreditar
que era dona de algo especial
distante do que é banal
desculpa se te fiz crer
Que as conversas que tivemos
Faziam parte de uma história
de amizade ou de amor
Sou somente uma pessoa
Que não pode amar ninguém
Vendi o coração a retalhos
Tenho os nervos em frangalhos
Desconverso desse tema
Desculpa se te dei a entender
Outra perspectiva a despontar
que era diferente desses pãezinhos sem sal
Que em qualquer boca sabem mal
Para mim o amor é somente
Tema de filme ou de poema
Vida de quem só faz cinema
Algo falso e colorido
Pelas telas e écrans
Que se farta de todas as manhãs
Acordar na mesma cama
Olhar a mesma pessoa
Com necessidade de afectos
Sempre a delinear projectos
Carente e fervente do que poderei dar
Desculpa se pareci ser a ideal
De ideal nada possuo
Milhões de defeitos
Umas e outras virtudes
Nem me interessa que te mudes
Na ânsia de me agradar
No amor nada me agrada
Só a dor que faz sentir
Em mim ficou marcada
Tudo o resto se apagou
Como o trilho da esponja
Que roçava as ardósias
Nos tempos idos de escola
Que jamais voltarão
Agora o que tens a fazer
É tentar me esquecer
Interiorizar que fui um pesadelo
Do qual vais acordar
Já passou!... podes suspirar e respirar de alívio…
Estrada da Vida
Hoje estou aqui perdida
No mapa da vida
Fiquei sem o GPS
O meu carro fez um S
Nessa estrada sinuosa
Que de acidentes é garbosa
Onde toda poderosa
Desfaz sonhos e ambições
Rouba human´aspirações
De subir no seu encalço
Sem ruído sem percalço
Trémula e desengonçada
Encolho os ombros
Não entendo nada !
Tou perdida ... tou perdida ...na estrada da vida
Há boleias que se dão
Aqui tudo se paga
A pé vou, com a incerteza na mão
O medo não me larga
O desconhecido que me assusta
E nas memórias se rebusca
Tou perdida... tou perdida .... no mapa da vida
Neste mapa da vida
Caminhando sem destino
Sem rumo, sem direcção
Escolhendo, selectiva o trilho
Sem saber de antemão
Que o caminho está alagado
Por chuvas torrenciais
Que são lágrimas choradas
P´los meus olhos abandonadas
Nuns e noutros temporais...
Perdida continuo
esta vida não tem recuo....
No mapa da vida
Fiquei sem o GPS
O meu carro fez um S
Nessa estrada sinuosa
Que de acidentes é garbosa
Onde toda poderosa
Desfaz sonhos e ambições
Rouba human´aspirações
De subir no seu encalço
Sem ruído sem percalço
Trémula e desengonçada
Encolho os ombros
Não entendo nada !
Tou perdida ... tou perdida ...na estrada da vida
Há boleias que se dão
Aqui tudo se paga
A pé vou, com a incerteza na mão
O medo não me larga
O desconhecido que me assusta
E nas memórias se rebusca
Tou perdida... tou perdida .... no mapa da vida
Neste mapa da vida
Caminhando sem destino
Sem rumo, sem direcção
Escolhendo, selectiva o trilho
Sem saber de antemão
Que o caminho está alagado
Por chuvas torrenciais
Que são lágrimas choradas
P´los meus olhos abandonadas
Nuns e noutros temporais...
Perdida continuo
esta vida não tem recuo....
Imunidade
Peguei no saquinho d´ervas
nas velinhas de cheiro a conservas
Acendi como manda a lei
O teu nome mil vezes, nem sei!
Dei então início ao feitiço
E foi tamanho o reboliço
Quando o mago me disse
Que tu eras imune...
O meu rosto encandeou-se
Com atroz revelação
Dei voltas e mais voltas a pensar
O que fazer para contrariar
Colossal falta de sorte
Antes levar a morte a passear
Estás imune à maldade
Estás imune à verdade
Imunidade... imunidade...
Estás imune à contrariedade
Estás imune à sinceridade
Imunidade...Imunidade
Imune à maldade
E à verdade talvez
Estarás imune ao amor?
E ao que ele nos fez?
Na magia branca ou negra
Um de nós fica a perder
Magoa-se sem querer
Quem nada vai receber
Desfazem-se aos bocados
tantos a desejar-te mal
Tantos a querer picar
Tu a encher e nunca a rebentar
Como qualquer balão
De uma festa de ocasião
Ou até de aniversário
Estarás imune?
Conto os dias no calendário
Pra matar o ser lendário
Que vive dentro de ti
Faltam muitos para terminar
Esta guerra auto proposta
Que continua sobreposta
A todas a nossas vidas?
Infelizmente sou infeliz
E tu continuas imune
Nenhum capricho passa impune
E cada olhar é um fardo
Tão pesado de carregar
Quem te dotou de imunidade?
O diabo concerteza
Não encaro com leveza
De ti só levo a certeza
Que estás imune.... a mim...
nas velinhas de cheiro a conservas
Acendi como manda a lei
O teu nome mil vezes, nem sei!
Dei então início ao feitiço
E foi tamanho o reboliço
Quando o mago me disse
Que tu eras imune...
O meu rosto encandeou-se
Com atroz revelação
Dei voltas e mais voltas a pensar
O que fazer para contrariar
Colossal falta de sorte
Antes levar a morte a passear
Estás imune à maldade
Estás imune à verdade
Imunidade... imunidade...
Estás imune à contrariedade
Estás imune à sinceridade
Imunidade...Imunidade
Imune à maldade
E à verdade talvez
Estarás imune ao amor?
E ao que ele nos fez?
Na magia branca ou negra
Um de nós fica a perder
Magoa-se sem querer
Quem nada vai receber
Desfazem-se aos bocados
tantos a desejar-te mal
Tantos a querer picar
Tu a encher e nunca a rebentar
Como qualquer balão
De uma festa de ocasião
Ou até de aniversário
Estarás imune?
Conto os dias no calendário
Pra matar o ser lendário
Que vive dentro de ti
Faltam muitos para terminar
Esta guerra auto proposta
Que continua sobreposta
A todas a nossas vidas?
Infelizmente sou infeliz
E tu continuas imune
Nenhum capricho passa impune
E cada olhar é um fardo
Tão pesado de carregar
Quem te dotou de imunidade?
O diabo concerteza
Não encaro com leveza
De ti só levo a certeza
Que estás imune.... a mim...
On/Off
Hoje estou online
E tão off da tua vida
Símil a um jogo sem uma investida
Jogado num computador qualquer
Vencida pela técnica ou insistência
Perdida na luta da paciência
Saltei fora dos limites informáticos
O jogo trespassou a realidade
Cliquei, segui, andei e não sei
Os downloads que preciso para te reaver
Ando pra fazer reset ao que se passou
Formatar a relação, começar de novo
Nem mil e-mails de declarações
Podem explicar as nossas razões
Para terminar o que não começou
Game over ! Clico iniciar?
Disco rígido, tão duro quanto eu
Meu coração é a disquete que se estragou
Gravei um Cd que se avariou
Perdi todos os dados nada restou
Converti o meu amor em mp3
Essa foi a escolha e perdi de vez
Não há net que me dê guarida
Procura incessante busca falida
No google pesquiso a minha vida
Não basta reencaminhar a relação
É preciso uma boa ligação
Um amor como a banda larga
Que aguenta até uma sobrecarga
De tráfego internacional
E é tão nacional o que procuro
Tiro certeiro ou no escuro?
Um programa sensacional!
Arrependida de me ter lançado
Pra perder, nesse computador, sem querer
É tão grande a dor de não saber...
E tão off da tua vida
Símil a um jogo sem uma investida
Jogado num computador qualquer
Vencida pela técnica ou insistência
Perdida na luta da paciência
Saltei fora dos limites informáticos
O jogo trespassou a realidade
Cliquei, segui, andei e não sei
Os downloads que preciso para te reaver
Ando pra fazer reset ao que se passou
Formatar a relação, começar de novo
Nem mil e-mails de declarações
Podem explicar as nossas razões
Para terminar o que não começou
Game over ! Clico iniciar?
Disco rígido, tão duro quanto eu
Meu coração é a disquete que se estragou
Gravei um Cd que se avariou
Perdi todos os dados nada restou
Converti o meu amor em mp3
Essa foi a escolha e perdi de vez
Não há net que me dê guarida
Procura incessante busca falida
No google pesquiso a minha vida
Não basta reencaminhar a relação
É preciso uma boa ligação
Um amor como a banda larga
Que aguenta até uma sobrecarga
De tráfego internacional
E é tão nacional o que procuro
Tiro certeiro ou no escuro?
Um programa sensacional!
Arrependida de me ter lançado
Pra perder, nesse computador, sem querer
É tão grande a dor de não saber...
Ferro
Horas e horas a fio a engomar
Mil vezes nada, roupa enrugada
Gesto mecânico, balanço medido
Estica de um lado encolhe o sentido
Cantarolando cantigas brejeiras
As últimas palavras são as primeiras
Tendo o vapor por companhia
Conversa pegada de noite ou de dia
Gestos sinceros dessa fumaça
Riso sonoro resposta à chalaça
Palavras de alento dos vincos vincados
Na minha alma bem marcados
Sou como o ferro que desliza
nessa roupa marchetada de tristeza
Sou como a água que desbota a cor da natureza
Murcha a flor, rega ainda mais o sentimento
Do ferro faço uso pra passar o meu desalento
Rasgado sorriso pra roupa lavada
Cheira a fresco, cheira a alvorada
Cumplicidade de velhas amigas
Vende saúde e compra umas brigas
Simpatia que ainda desdobra e
Traz outras tantas para passar
Trabalho austero, brumoso, severo
Nos braços dele me perder eu quero
Como se de o verdadeiro amor se tratasse
Como se o mundo comigo travasse
A batalha final do vapor e da goma
Porque afinal contigo ou sem ti
parece que não tenho outra escolha
Mil vezes nada, roupa enrugada
Gesto mecânico, balanço medido
Estica de um lado encolhe o sentido
Cantarolando cantigas brejeiras
As últimas palavras são as primeiras
Tendo o vapor por companhia
Conversa pegada de noite ou de dia
Gestos sinceros dessa fumaça
Riso sonoro resposta à chalaça
Palavras de alento dos vincos vincados
Na minha alma bem marcados
Sou como o ferro que desliza
nessa roupa marchetada de tristeza
Sou como a água que desbota a cor da natureza
Murcha a flor, rega ainda mais o sentimento
Do ferro faço uso pra passar o meu desalento
Rasgado sorriso pra roupa lavada
Cheira a fresco, cheira a alvorada
Cumplicidade de velhas amigas
Vende saúde e compra umas brigas
Simpatia que ainda desdobra e
Traz outras tantas para passar
Trabalho austero, brumoso, severo
Nos braços dele me perder eu quero
Como se de o verdadeiro amor se tratasse
Como se o mundo comigo travasse
A batalha final do vapor e da goma
Porque afinal contigo ou sem ti
parece que não tenho outra escolha
Mais um sobre o amor
Que amor é este que lancina,
feito de rosa purpurina,
aberta em flor, fechada de dor.
Que paixão tão adversa,
que me deixa submersa,
num oceano de dúvidas doloridas,
promessas não cumpridas,
beijos evitados, projectos calcinados.
O que me atrai em ti desdenho,
procuro uma força que não tenho,
que não existe, desde que partiste,
para um esfera desconhecida, onde há uma vida,
que em lado algum tem lugar, seja terra ou mar...
Sinto uma ténue saudade dos tempos áureos, fulgentes,
dos sorrisos reluzentes, alvoraçados, luzidios
em que as noites ocupavam os vazios,
deixados pela ociosidade desse louco amor...
E se tu voltasses aos meus braços, entre choro e perdão,
talvez quebrasse o meu coração, que anseia por mais e mais...
E se tu voltasses atrás, nessa sentença mordaz,
secamente proferida, talvez te aceitasse na minha vida,
de novo outra vez, sem questionar os porquês,
da súbita mudança, cega de esperança,
entregar-me-ia , a esse engodo, de olhos cerrados, coração aberto
porque o Amor é o que temos de mais incerto...
feito de rosa purpurina,
aberta em flor, fechada de dor.
Que paixão tão adversa,
que me deixa submersa,
num oceano de dúvidas doloridas,
promessas não cumpridas,
beijos evitados, projectos calcinados.
O que me atrai em ti desdenho,
procuro uma força que não tenho,
que não existe, desde que partiste,
para um esfera desconhecida, onde há uma vida,
que em lado algum tem lugar, seja terra ou mar...
Sinto uma ténue saudade dos tempos áureos, fulgentes,
dos sorrisos reluzentes, alvoraçados, luzidios
em que as noites ocupavam os vazios,
deixados pela ociosidade desse louco amor...
E se tu voltasses aos meus braços, entre choro e perdão,
talvez quebrasse o meu coração, que anseia por mais e mais...
E se tu voltasses atrás, nessa sentença mordaz,
secamente proferida, talvez te aceitasse na minha vida,
de novo outra vez, sem questionar os porquês,
da súbita mudança, cega de esperança,
entregar-me-ia , a esse engodo, de olhos cerrados, coração aberto
porque o Amor é o que temos de mais incerto...
sexta-feira, 11 de abril de 2008
No amor
No amor a desilusão
N´alvura da juventude
Mutilado coração
Em tudo amar amiúde
Afiançar luzes, paixão
Torrente d´inquietude
Qu´agrilhoa o coração
Combalido sem saúde
Louco é, quem tanto ama
Que se entrega e não reclama
Da malfeitoria do amor
Loucos são os que em vão chamam
Fazem tudo e não se acanham
Na réplica só recebem dor
N´alvura da juventude
Mutilado coração
Em tudo amar amiúde
Afiançar luzes, paixão
Torrente d´inquietude
Qu´agrilhoa o coração
Combalido sem saúde
Louco é, quem tanto ama
Que se entrega e não reclama
Da malfeitoria do amor
Loucos são os que em vão chamam
Fazem tudo e não se acanham
Na réplica só recebem dor
segunda-feira, 18 de fevereiro de 2008
Colhe este bem-me-quer do jardim da amargura
Salva esta bonina quase desfolhada
Com beijos tira-me da secura
Ama esta flor que só quer ser amada
Inala o aroma desta flor de candura
Não me deixes no jardim abandonada
Sem ti, fenece minha frescura
Sem ti, minha verdura é amarfanhada
Deixa-me ao teu lado ser plantada
Firme na terra, por ti regada
Para ti florir todo o dia
Oh! Esta flor de ti esta enamorada
Vejo a felicidade adiada
Se de outro verdor tens gelosia
Salva esta bonina quase desfolhada
Com beijos tira-me da secura
Ama esta flor que só quer ser amada
Inala o aroma desta flor de candura
Não me deixes no jardim abandonada
Sem ti, fenece minha frescura
Sem ti, minha verdura é amarfanhada
Deixa-me ao teu lado ser plantada
Firme na terra, por ti regada
Para ti florir todo o dia
Oh! Esta flor de ti esta enamorada
Vejo a felicidade adiada
Se de outro verdor tens gelosia
Alheias a tudo numa loucura
Unidas por um laço de ternura
A tristeza que nos abalava
Era a gargalhada que soava
Não compreendo, mas tento
A resposta voa como o vento
E em nome da amizade
Faremos o impossível pela felicidade
Ah! Já te contei que ela é difícil de alcançar?
Concerteza já ouviste falar,
Não me incomodo com a sua ausência
Basta-me estar rodeada de pessoas felizes
Que eu serei feliz também.
Vem... mostra-me a tua felicidade
Para ver se também eu sou feliz de verdade...
Unidas por um laço de ternura
A tristeza que nos abalava
Era a gargalhada que soava
Não compreendo, mas tento
A resposta voa como o vento
E em nome da amizade
Faremos o impossível pela felicidade
Ah! Já te contei que ela é difícil de alcançar?
Concerteza já ouviste falar,
Não me incomodo com a sua ausência
Basta-me estar rodeada de pessoas felizes
Que eu serei feliz também.
Vem... mostra-me a tua felicidade
Para ver se também eu sou feliz de verdade...
Lírica
Este lirismo que faz de mim habitat
Que me faz temer num impacto utópico
Nos terríveis avanços que dá
Seduz-me num olhar hipnótico
Ao crespúsculo a deambular
Crepitando como coração abafado
Invade-me sem hesitar
Cega-me e ensurdece-me alienado
E a cantar manifestando
Entoa, suja e racha paredes
Suaviza e sua arquitectando
Se me cresce tormento
Castiga-me e com todos vem
Se não divago...rebento
Que me faz temer num impacto utópico
Nos terríveis avanços que dá
Seduz-me num olhar hipnótico
Ao crespúsculo a deambular
Crepitando como coração abafado
Invade-me sem hesitar
Cega-me e ensurdece-me alienado
E a cantar manifestando
Entoa, suja e racha paredes
Suaviza e sua arquitectando
Se me cresce tormento
Castiga-me e com todos vem
Se não divago...rebento
Libertus
Em tempo remoto, tão recente
Apagou-se a chama, ateando-se
Sinais de um amor decadente
Lançando água e queimando-se
Em lágrimas correntes, recreadas
Precoce sofrimento cercado
Aspirações que de longe vêm semeadas
Que de amor se enche, alimentado
E é tão fátuo o sofrimento
A voz que se me corta na fauce
Em lugar de detrimento
Tão crescido o vejo diminuto
Tão lançado em desvelo
Como diligente forte e astuto
Apagou-se a chama, ateando-se
Sinais de um amor decadente
Lançando água e queimando-se
Em lágrimas correntes, recreadas
Precoce sofrimento cercado
Aspirações que de longe vêm semeadas
Que de amor se enche, alimentado
E é tão fátuo o sofrimento
A voz que se me corta na fauce
Em lugar de detrimento
Tão crescido o vejo diminuto
Tão lançado em desvelo
Como diligente forte e astuto
Não
Não te amo, mas quero-te
Não sofro por ti, mas dói a tua ausência
Não és meu , mas tenho ciúme
Não me amas mas provocas
Não me aceitas, nem me rejeitas
Não me conheces, mas me endoideces
Não te encontro mas procuro-te
Não me percebo mas tento perceber-te
Não sofro por ti, mas dói a tua ausência
Não és meu , mas tenho ciúme
Não me amas mas provocas
Não me aceitas, nem me rejeitas
Não me conheces, mas me endoideces
Não te encontro mas procuro-te
Não me percebo mas tento perceber-te
O amor
No relevo do meu corpo despido
As tuas mãos deslizam ansiosas
Do suave toque nasce o bramido
Beijo frémito de bocas sequiosas
Tanto amor no corpo dolorido
Da agitação em tardes animosas
Sinto um prazer confundido
Um sabor a frutas saborosas
Uma sensação de ainda não ter vivido
O estalar das carnes desejosas
Sentir o cheiro do proibido
Mas nada apaga o sucedido
Este amor que eleva as almas vaporosas
Que jamais será contido
As tuas mãos deslizam ansiosas
Do suave toque nasce o bramido
Beijo frémito de bocas sequiosas
Tanto amor no corpo dolorido
Da agitação em tardes animosas
Sinto um prazer confundido
Um sabor a frutas saborosas
Uma sensação de ainda não ter vivido
O estalar das carnes desejosas
Sentir o cheiro do proibido
Mas nada apaga o sucedido
Este amor que eleva as almas vaporosas
Que jamais será contido
Comportamentos
Tu como assa- fétida
No qual emprego meu arcaísmo
Banha-nos a água tépida
Possuis o meu feminismo
Não consigo arenga congruente
Tua lasciva intrepidez me impede
Às vezes responsável ou inconsequente
Tua voz no meu sangue acede
Ferem-me, em golpes, tuas ironias
Minha alegria se esmaga logo no berço
E num rosário de ave-marias
Sou temente a ti como ao terço
Quantos prantos até à exaustão
Por ti, por teus murmúrios cruéis
Sou tua escrava mesmo dizendo que não
Como do veneno infiltrado de cascavéis
Se retrocedesse minha cognição
Logo à partida se apagava o desejo
Mas para minha punição
Acende-se cada vez que te vejo
Com ele tão pouca familiaridade
Ele comigo tanto desdém
Mas nos pensamentos igualdade
Eu tenho-o a ele, e ele me tem
No qual emprego meu arcaísmo
Banha-nos a água tépida
Possuis o meu feminismo
Não consigo arenga congruente
Tua lasciva intrepidez me impede
Às vezes responsável ou inconsequente
Tua voz no meu sangue acede
Ferem-me, em golpes, tuas ironias
Minha alegria se esmaga logo no berço
E num rosário de ave-marias
Sou temente a ti como ao terço
Quantos prantos até à exaustão
Por ti, por teus murmúrios cruéis
Sou tua escrava mesmo dizendo que não
Como do veneno infiltrado de cascavéis
Se retrocedesse minha cognição
Logo à partida se apagava o desejo
Mas para minha punição
Acende-se cada vez que te vejo
Com ele tão pouca familiaridade
Ele comigo tanto desdém
Mas nos pensamentos igualdade
Eu tenho-o a ele, e ele me tem
Versos
Versos! São íntimos dizeres
Cantam males, dores, prazeres
Cantam loucura, desejo, sabedoria
Cantam o orgulho, o além, a alegria
Versos! São uma voz rouca
Que se aviva e que se apouca
Que se transforma e aparece
Que me envolve e não perece
Versos! Nostálgicos, vagabundos
Expõem prantos moribundos
Saudade inércia, compaixão
Versos! Cura de doentes
Salvam quem neles são crentes
Trazem a Vida eterna, a Salvação!
Cantam males, dores, prazeres
Cantam loucura, desejo, sabedoria
Cantam o orgulho, o além, a alegria
Versos! São uma voz rouca
Que se aviva e que se apouca
Que se transforma e aparece
Que me envolve e não perece
Versos! Nostálgicos, vagabundos
Expõem prantos moribundos
Saudade inércia, compaixão
Versos! Cura de doentes
Salvam quem neles são crentes
Trazem a Vida eterna, a Salvação!
Incultos Versos
Incultos versos da mocidade
Sem pretensas situações
As palavras são como grilhões
Que me aprisionam sem piedade
Incultos versos da mocidade
Sei-os repletos d´erros, d´incongruências
Em todo o vocábulo expresso a verdade
Que me chicoteia com violência
Incultos versos da mocidade
Tanto apego a eles tenho
Tirar-mos seria uma crueldade
Incultos versos da mocidade
Deles não desdenho
São a flor viçosa da minha idade!
Sem pretensas situações
As palavras são como grilhões
Que me aprisionam sem piedade
Incultos versos da mocidade
Sei-os repletos d´erros, d´incongruências
Em todo o vocábulo expresso a verdade
Que me chicoteia com violência
Incultos versos da mocidade
Tanto apego a eles tenho
Tirar-mos seria uma crueldade
Incultos versos da mocidade
Deles não desdenho
São a flor viçosa da minha idade!
terça-feira, 8 de janeiro de 2008
À minha amiga Marlene
Marlene, hoje cravo o teu nome perene.
Quando os corações magoados procuravam
aconchego, na evasiva do medo
tu com a tua serenidade, carinho e amizade
Sossegavas os mais inquietos, insatisfeitos,
E da tua mão abençoada saía a paz tão desejada
Às vezes chorar por chorar, mas estavas presente
Com uma calma aparente porque no íntimo
também te largavas à nossa tristeza, indefesa.
Marlene, que mais te direi eu? Que palavras necessitas de ouvir?
O mundo pode acabar hoje, mas sempre que chamares por mim
eu virei, por mais longe que esteja a repousar....
Quando os corações magoados procuravam
aconchego, na evasiva do medo
tu com a tua serenidade, carinho e amizade
Sossegavas os mais inquietos, insatisfeitos,
E da tua mão abençoada saía a paz tão desejada
Às vezes chorar por chorar, mas estavas presente
Com uma calma aparente porque no íntimo
também te largavas à nossa tristeza, indefesa.
Marlene, que mais te direi eu? Que palavras necessitas de ouvir?
O mundo pode acabar hoje, mas sempre que chamares por mim
eu virei, por mais longe que esteja a repousar....
Hoje e amanhã
Hoje vivo. E amanhã?
Quem sabe se amanhã estarei cá?
Eu quero estar, pois sei que tu queres estar comigo.
Bastava apenas um acaso para o meu hoje ser o nosso amanhã,
Se eu amanhã não estiver cá, eu quero que leias o que escrevi hoje,
O que eu escrevi hoje é para leres amanhã, se o meu amanhã se for.
Quero-te hoje, sempre e também amanhã...
Será que estarei cá?
Quem sabe se amanhã estarei cá?
Eu quero estar, pois sei que tu queres estar comigo.
Bastava apenas um acaso para o meu hoje ser o nosso amanhã,
Se eu amanhã não estiver cá, eu quero que leias o que escrevi hoje,
O que eu escrevi hoje é para leres amanhã, se o meu amanhã se for.
Quero-te hoje, sempre e também amanhã...
Será que estarei cá?
Viagem
Enternecida com a viagem
De pulos e conversas animada
Paramos entre a folhagem
Que sorriu ao ser contemplada
Pássaros apareceram
Sobrevoando as montanhas cumeadas
Que até estremeceram
Ao som das nossas gargalhadas
Tudo estava tão colorido
Por todo o lado se espalhava animação
Se não fosse um alarido
Tudo corria na perfeição
Vime e pau partido
Com a brutalidade da nossa passagem
Procurávamos o alarido
No meio da ramagem
De súbito começo a ouvir
Vozes de gente assustada
Como se estivessem a fugir
De alguma emboscada
Apenas tudo não passou
De um grande susto
Foi um vestido que se rasgou
Porque ficou preso num arbusto
Estranhei a sua hesitação
Em contar o sucedido
E a sua satisfação
Apesar de ter rasgado o vestido
De repente, ao longe, passava
Um vulto com cuidado redobrado
Um bocado de vestido levava
Semelhante ao que havia sido rasgado
Curiosidade crescente
Para descobrir e desvendar
O que era evidente
Mas escuro ao primeiro olhar
Afinal, depois de muito pensamento
Cheguei à merecida conclusão
Que a viagem foi o momento
De um amor de perdição
De pulos e conversas animada
Paramos entre a folhagem
Que sorriu ao ser contemplada
Pássaros apareceram
Sobrevoando as montanhas cumeadas
Que até estremeceram
Ao som das nossas gargalhadas
Tudo estava tão colorido
Por todo o lado se espalhava animação
Se não fosse um alarido
Tudo corria na perfeição
Vime e pau partido
Com a brutalidade da nossa passagem
Procurávamos o alarido
No meio da ramagem
De súbito começo a ouvir
Vozes de gente assustada
Como se estivessem a fugir
De alguma emboscada
Apenas tudo não passou
De um grande susto
Foi um vestido que se rasgou
Porque ficou preso num arbusto
Estranhei a sua hesitação
Em contar o sucedido
E a sua satisfação
Apesar de ter rasgado o vestido
De repente, ao longe, passava
Um vulto com cuidado redobrado
Um bocado de vestido levava
Semelhante ao que havia sido rasgado
Curiosidade crescente
Para descobrir e desvendar
O que era evidente
Mas escuro ao primeiro olhar
Afinal, depois de muito pensamento
Cheguei à merecida conclusão
Que a viagem foi o momento
De um amor de perdição
Transformações
O céu forrado de azul celeste
A terra com um manto verde vestido
Nesta paisagem agreste
Acompanhada de um leve ruído
Os lírios tombam em filas
As searas sacodem-se ao vento
Não a trocava por cidades e vilas
Nem que por elas valesse um cento
Meninos que correm e gritam
Senhoras que dos outros fazem vida
Curiosidades uns e outros suscitam
Mas nada que não passe em seguida
Modernidade à margem
Para quê a chamar?
Só preciso desta doce aragem
Que me fala a sussurrar
Águas outrora de cristal
Onde se banhava o corpo sereno
Hoje algo está mal
Por elas passo e aceno
Do céu já pinga e escorre
Cinzento pintado a negro
Na paisagem algo morre
Já nada pára em segredo
Cabelos se agitam e movem
Faces lívidas e pálidas
Nada significa ser jovem
Se juntarmos as peças esquálidas
Luto por aquilo que acredito
Não acredito em causas perdidas
No fundo tudo está escrito
E as histórias se confundem, parecidas...
A terra com um manto verde vestido
Nesta paisagem agreste
Acompanhada de um leve ruído
Os lírios tombam em filas
As searas sacodem-se ao vento
Não a trocava por cidades e vilas
Nem que por elas valesse um cento
Meninos que correm e gritam
Senhoras que dos outros fazem vida
Curiosidades uns e outros suscitam
Mas nada que não passe em seguida
Modernidade à margem
Para quê a chamar?
Só preciso desta doce aragem
Que me fala a sussurrar
Águas outrora de cristal
Onde se banhava o corpo sereno
Hoje algo está mal
Por elas passo e aceno
Do céu já pinga e escorre
Cinzento pintado a negro
Na paisagem algo morre
Já nada pára em segredo
Cabelos se agitam e movem
Faces lívidas e pálidas
Nada significa ser jovem
Se juntarmos as peças esquálidas
Luto por aquilo que acredito
Não acredito em causas perdidas
No fundo tudo está escrito
E as histórias se confundem, parecidas...
Mentira
Mente-me, amor, mente
Diz que me amas sem o sentir,
Que o amor que o teu coração sente
À noite causa o teu bramir.
Mente-me! Diz que me amas
mesmo sem amar, sem me querer
Diz que por mim chamas
E que sem mim não podes viver
Mente-me! Diz mentiras e jura
Que o amor que sentes dura
Por entre tumultos e temporais
Mente-me! Diz que sou a tua loucura
Que a minha imagem é ternura
E que não me vais deixar jamais!
Diz que me amas sem o sentir,
Que o amor que o teu coração sente
À noite causa o teu bramir.
Mente-me! Diz que me amas
mesmo sem amar, sem me querer
Diz que por mim chamas
E que sem mim não podes viver
Mente-me! Diz mentiras e jura
Que o amor que sentes dura
Por entre tumultos e temporais
Mente-me! Diz que sou a tua loucura
Que a minha imagem é ternura
E que não me vais deixar jamais!
Avó
Sorri minha avó para os teus netos,
Que são a razão dos teus afectos,
Pois tu quando nos vias,
A tua boca iluminava, sorrias.
Tudo eram pequenos afazeres
Se fosse, querida avó, para nos veres,
O teu olhar azul, cor do céu, do mar
É a melhor prenda que nos podias dar,
Abre esses olhos e esquece a doença,
Esquece o que existe, esquece a desavença,
Abre o teu coração para nós
que contigo, querida avó, não estamos sós.
Faz isso pelos teus netos, vá lá tenta,
Luta contra a morte, aguenta
essa vida que tens em ti.
Vá lá avó, por todos nós que aqui estamos,
Abre os olhos e conta uma história,
De entre as muitas que tens na memória
E faz feliz os teus netos, agora e sempre
razão dos teus afectos...
Que são a razão dos teus afectos,
Pois tu quando nos vias,
A tua boca iluminava, sorrias.
Tudo eram pequenos afazeres
Se fosse, querida avó, para nos veres,
O teu olhar azul, cor do céu, do mar
É a melhor prenda que nos podias dar,
Abre esses olhos e esquece a doença,
Esquece o que existe, esquece a desavença,
Abre o teu coração para nós
que contigo, querida avó, não estamos sós.
Faz isso pelos teus netos, vá lá tenta,
Luta contra a morte, aguenta
essa vida que tens em ti.
Vá lá avó, por todos nós que aqui estamos,
Abre os olhos e conta uma história,
De entre as muitas que tens na memória
E faz feliz os teus netos, agora e sempre
razão dos teus afectos...
Anjo Loiro
Bateste as asas e voaste, anjo loiro
O céu esperava a tua presença
Na terra efémera escasseavas,
O teu brilho apagavas, com um sorriso.
A tua ascensão fez chorar a terra,
lágrimas de desgosto, lágrimas de dor,
que fizeram transbordar os rios, que agitaram os mares
que pesaram nos corações, que escureceram os ares.
Partiste, anjo loiro, e ninguém te deteve,
Porque a sede de te ter era tanta!
O céu pedia a qualquer momento,
As tuas cores, os teus amores...
Saíste em busca de algo
existente na dimensão celeste,
E deixaste a paisagem térrea tão agreste
Com a falta de ti...
Adeus, anjo loiro,
Digo-te adeus e sigo,
Todos estamos em perigo
Mas só vamos quando Deus quiser. ..
O céu esperava a tua presença
Na terra efémera escasseavas,
O teu brilho apagavas, com um sorriso.
A tua ascensão fez chorar a terra,
lágrimas de desgosto, lágrimas de dor,
que fizeram transbordar os rios, que agitaram os mares
que pesaram nos corações, que escureceram os ares.
Partiste, anjo loiro, e ninguém te deteve,
Porque a sede de te ter era tanta!
O céu pedia a qualquer momento,
As tuas cores, os teus amores...
Saíste em busca de algo
existente na dimensão celeste,
E deixaste a paisagem térrea tão agreste
Com a falta de ti...
Adeus, anjo loiro,
Digo-te adeus e sigo,
Todos estamos em perigo
Mas só vamos quando Deus quiser. ..
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