Invariavelmente vamos falar de amor
Como se a boca estivesse condenada
Inequivocamente programada
a tentar dizer o que não tem dicção
a contorcer-se de indignação
tendo o amor a imperar e a controlar
Invariavelmente vamos falar de amor
Como um guião já escrito
Um berro que já foi grito
A irromper da obscuridade
Uns lábios a deslizarem um no outro
A saborear um beijo que soube a pouco
Invariavelmente vamos falar de amor
Como se não houvesse outra conversa
E a nossa vida estivesse submersa
Em apenas duas gotas de chuva
Que não chegam para afogar
Mas que fazem transbordar
Invariavelmente vamos falar de amor
Tema mais que abordado
Mais que falado, mais que vivido
Sentido, sofrido, inventado
Vamos falar de amor até dizer chega
O que jamais chegamos a falar
sábado, 9 de maio de 2009
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