sábado, 9 de maio de 2009

Aparências

De que adianta falar quando a voz é estéril
E o ventre a acompanha nessa condição
De que adianta o esforço como obrigação
Segurando aparências só com uma mão
Fico muda e rendida às nossas evidências
Faço minhas as tuas reticências
quando a frase até nem era para acabar
Não me queres nem me largas
Grudado nesse vício de me consumir
E fazer-me sumir
Como nuvem aspirada pelo sol
Fico escondida dentro deste corpo
Revelo a minha calma
levanto a pontinha do véu
que cobre a minha vida
Ninguém merece conhecer-me
ninguém merece conhecer-me
Debitas frases mais ou menos concretas
Não avisto andamento das esferas secretas (que dizes possuir)
Minha doença é das crónicas
Nem me atira do abismo nem me dá dias de folga
Faz questão de me lembrar que nos pertencemos
E que juntas viveremos
não felizes para todo o sempre
Esta paixão não é recíproca
É um amor platónico que deixei alastrar
Como faço para recuar se já dei um passo em falso
E soa a falsa esta resolução
Foi assim que escolhi...

1 comentário:

carla lemos disse...

Anda muita gente a viver de aparências, é preciso cada um saber libertar-se senão a vida é falsa e uma ilusão.