Havia um sorriso em suspenso
Uma palavra por formar
Um olhar que não seguiu o seu curso
Uma atitude por tomar
Há sempre algo por fazer
Até por acontecer
Se existe vida e ideias a pender
Há uma voz que quer falar
Num círculo fechado
Um som a esvoaçar
Na parede entalado
Um coração a balançar
Ninguém está lá para o amparar
E ele morre a suspirar
Havia uma norma em segredo
Um acordo tácito em aberto
Duas mãos apertadas
Selando a negociação
Um trato tão gentil
E nesse estado febril
Alguém queria dizer um ai
Nem saiu nem sai
Está lá o vazio
À espera de preenchimento
Quem escolher ficar
dá as mãos ao sofrimento
quarta-feira, 27 de maio de 2009
terça-feira, 26 de maio de 2009
Esse
O tempo passava por mim
Tão ingénuo e sossegado
Entrelaçado comigo num só
Sem me incomodar,
Sem que pudesse duvidar
Do que quer que fosse
O tempo passava por mim
Sem grandes conversas
Calado e prostrado às evidências
Tudo decidido trilhando o normal
Mas sem que nada o fizesse prever
Só de te ouvir dizer
Que somos tão iguais
as coisas mais banais
tornaram-se especiais
O tempo deixou de passar por mim
Parei a teus pés curvada
Pela tua luz ofuscada
Sedutora e seduzida
Sem espaço para pensar
Sem mais nada a duvidar
Tudo tão errado e estranhamente certo
Milimetricamente traçado e recto
Como se alguém guiasse a minha mão
Me ajudasse a escrever
As linhas desta história por nascer
E num lapso de tempo
Apenas num breve instante
Umas dúvidas se emanciparam
Alguns porquês ao ouvido me gritaram
Tapei-os às insanidades
Não quero respostas nem perguntas
No tempo quero ficar parada
Minimamente preocupada
Mesmo que isso me leve a nada…
Tão ingénuo e sossegado
Entrelaçado comigo num só
Sem me incomodar,
Sem que pudesse duvidar
Do que quer que fosse
O tempo passava por mim
Sem grandes conversas
Calado e prostrado às evidências
Tudo decidido trilhando o normal
Mas sem que nada o fizesse prever
Só de te ouvir dizer
Que somos tão iguais
as coisas mais banais
tornaram-se especiais
O tempo deixou de passar por mim
Parei a teus pés curvada
Pela tua luz ofuscada
Sedutora e seduzida
Sem espaço para pensar
Sem mais nada a duvidar
Tudo tão errado e estranhamente certo
Milimetricamente traçado e recto
Como se alguém guiasse a minha mão
Me ajudasse a escrever
As linhas desta história por nascer
E num lapso de tempo
Apenas num breve instante
Umas dúvidas se emanciparam
Alguns porquês ao ouvido me gritaram
Tapei-os às insanidades
Não quero respostas nem perguntas
No tempo quero ficar parada
Minimamente preocupada
Mesmo que isso me leve a nada…
domingo, 10 de maio de 2009
Conversas Vãs
Um dia nublado, um sol colado
No picotado do poente
Hoje estou contente?
Talvez assim não seja,
sempre que preveja
Mais uma batalha campal ,
entre o bem e o mal...
Para variar estamos frente a frente
Sem ideais nem ideias em mente
Como dois corpos abandonados à intermitência
Quando a eloquência nega o seu lugar
Vamos falar antes que o dia se acabe
O sol se ponha, a escuridão avance
E nos cubra de penumbra
Colocar os pontos no is
Como se os is fossem os pontos
que faltavam para nos ajudar
Vamos falar antes que se esgote a palavra
e não tenhamos mais nada a contar e a dizer
deixar cair essa monotonia
em que mergulhamos um dia
saber sair tal como soubemos entrar
É urgente um entendimento
Sem que o lamento seja arma de arremesso
Em que tropeço sempre que peço mais atenção
Vamos falar? Começo eu? Começas tu?
Dou-te a palavra, pretendo ouvir
Os verbos estão à porta mas custam a sair
Sons esgazeados e descompassados
Desordenados sem qualquer correlação
Parece que a conversa foi em vão
Fabrica-se outra discussão
Adeus …
No picotado do poente
Hoje estou contente?
Talvez assim não seja,
sempre que preveja
Mais uma batalha campal ,
entre o bem e o mal...
Para variar estamos frente a frente
Sem ideais nem ideias em mente
Como dois corpos abandonados à intermitência
Quando a eloquência nega o seu lugar
Vamos falar antes que o dia se acabe
O sol se ponha, a escuridão avance
E nos cubra de penumbra
Colocar os pontos no is
Como se os is fossem os pontos
que faltavam para nos ajudar
Vamos falar antes que se esgote a palavra
e não tenhamos mais nada a contar e a dizer
deixar cair essa monotonia
em que mergulhamos um dia
saber sair tal como soubemos entrar
É urgente um entendimento
Sem que o lamento seja arma de arremesso
Em que tropeço sempre que peço mais atenção
Vamos falar? Começo eu? Começas tu?
Dou-te a palavra, pretendo ouvir
Os verbos estão à porta mas custam a sair
Sons esgazeados e descompassados
Desordenados sem qualquer correlação
Parece que a conversa foi em vão
Fabrica-se outra discussão
Adeus …
Suposições
Supondo que vais ouvir esta música
Supondo que vai entender o que digo
Consigo explanar o pretendido
Vou começar pela última linha
O início perdeu todo o esplendor
É assim em todas as vidas
Porquê fazer igual na nossa?
Vamos fingir que está tudo bem
Que me declaro a ti como adolescente
Como o sol incandescente
sem saber se volta ao poente
Sem saber se amanhã lhe apetece nascer
Depende como o dia de hoje correr
Depende se me vais entender
Como eu sempre tentei fazer
Supondo que a música te toca
Não no coração mas noutro lado qualquer
Onde não tenhas sentimentos acumulados
Bocados de vida armazenados
Sem lhes ter dado sentido algum
Sem lamechices, ou idiotices
Como às vezes me fazes crer
Sem tristezas ou melancolias
Sem lembranças ou fotografias…
Supondo que a dúvida nos persegue
E quer deixar o seu rasto,
Destituindo do trono o cansaço
Que deixaste ao abandono
Sem razão e sem dono
Sem regresso sem retorno
Triturando as incertezas
Entregues a suposições
Supondo que vai entender o que digo
Consigo explanar o pretendido
Vou começar pela última linha
O início perdeu todo o esplendor
É assim em todas as vidas
Porquê fazer igual na nossa?
Vamos fingir que está tudo bem
Que me declaro a ti como adolescente
Como o sol incandescente
sem saber se volta ao poente
Sem saber se amanhã lhe apetece nascer
Depende como o dia de hoje correr
Depende se me vais entender
Como eu sempre tentei fazer
Supondo que a música te toca
Não no coração mas noutro lado qualquer
Onde não tenhas sentimentos acumulados
Bocados de vida armazenados
Sem lhes ter dado sentido algum
Sem lamechices, ou idiotices
Como às vezes me fazes crer
Sem tristezas ou melancolias
Sem lembranças ou fotografias…
Supondo que a dúvida nos persegue
E quer deixar o seu rasto,
Destituindo do trono o cansaço
Que deixaste ao abandono
Sem razão e sem dono
Sem regresso sem retorno
Triturando as incertezas
Entregues a suposições
Excesso de Amor
Não pago!
Fui multada por excesso de amor
Que desrespeito das forças da ordem e da lei
Um abuso de confiança e até nem sei
Como pode isto ter acontecido ao meu amor?
Hoje em dia é tão raro, tão escasso
Que abuso de autoridade
Fazer-me parar com este amor
Tenho tanto para dar e esbanjar
Como pode haver limite instituído?
O conta –amor tem que ser banido
Como posso ser travada?
Por um amor que tanto desejo
Quando tanta falta faz
A quem nada tem
a quem luta diariamente
A quem mendiga
para um pouco dele conseguir
Não Pago!
Fui multada por excesso de amor
Mas não Pago!
Se tiver que ir a tribunal
Farei um pedido formal
Para que seja ouvida
No tribunal europeu dos direitos do homem
Irei até às últimas consequências
Não farei quaisquer cedências
Gritarei que fui mal sancionada
Que o amor não merece a pena aplicada
E que sou eu a sua maior aliada…
Fui multada por excesso de amor
Se eu o possuo, deixem-me dá-lo, doá-lo
Fazer com que seja bem distribuído
Como obra de caridade,
Ser apenas uma voluntária do amor…
E que seja aprovado um decreto
Um texto concreto em que seja legal
Exceder todos os limites
Sem multas ou castigos
Penas ou repreensões
Deixar fluir o amor
Em toda a sua irreverência
A toda a velocidade
E que amar de verdade
A única consequência…
Fui multada por excesso de amor
Que desrespeito das forças da ordem e da lei
Um abuso de confiança e até nem sei
Como pode isto ter acontecido ao meu amor?
Hoje em dia é tão raro, tão escasso
Que abuso de autoridade
Fazer-me parar com este amor
Tenho tanto para dar e esbanjar
Como pode haver limite instituído?
O conta –amor tem que ser banido
Como posso ser travada?
Por um amor que tanto desejo
Quando tanta falta faz
A quem nada tem
a quem luta diariamente
A quem mendiga
para um pouco dele conseguir
Não Pago!
Fui multada por excesso de amor
Mas não Pago!
Se tiver que ir a tribunal
Farei um pedido formal
Para que seja ouvida
No tribunal europeu dos direitos do homem
Irei até às últimas consequências
Não farei quaisquer cedências
Gritarei que fui mal sancionada
Que o amor não merece a pena aplicada
E que sou eu a sua maior aliada…
Fui multada por excesso de amor
Se eu o possuo, deixem-me dá-lo, doá-lo
Fazer com que seja bem distribuído
Como obra de caridade,
Ser apenas uma voluntária do amor…
E que seja aprovado um decreto
Um texto concreto em que seja legal
Exceder todos os limites
Sem multas ou castigos
Penas ou repreensões
Deixar fluir o amor
Em toda a sua irreverência
A toda a velocidade
E que amar de verdade
A única consequência…
sábado, 9 de maio de 2009
Invariavelmente
Invariavelmente vamos falar de amor
Como se a boca estivesse condenada
Inequivocamente programada
a tentar dizer o que não tem dicção
a contorcer-se de indignação
tendo o amor a imperar e a controlar
Invariavelmente vamos falar de amor
Como um guião já escrito
Um berro que já foi grito
A irromper da obscuridade
Uns lábios a deslizarem um no outro
A saborear um beijo que soube a pouco
Invariavelmente vamos falar de amor
Como se não houvesse outra conversa
E a nossa vida estivesse submersa
Em apenas duas gotas de chuva
Que não chegam para afogar
Mas que fazem transbordar
Invariavelmente vamos falar de amor
Tema mais que abordado
Mais que falado, mais que vivido
Sentido, sofrido, inventado
Vamos falar de amor até dizer chega
O que jamais chegamos a falar
Como se a boca estivesse condenada
Inequivocamente programada
a tentar dizer o que não tem dicção
a contorcer-se de indignação
tendo o amor a imperar e a controlar
Invariavelmente vamos falar de amor
Como um guião já escrito
Um berro que já foi grito
A irromper da obscuridade
Uns lábios a deslizarem um no outro
A saborear um beijo que soube a pouco
Invariavelmente vamos falar de amor
Como se não houvesse outra conversa
E a nossa vida estivesse submersa
Em apenas duas gotas de chuva
Que não chegam para afogar
Mas que fazem transbordar
Invariavelmente vamos falar de amor
Tema mais que abordado
Mais que falado, mais que vivido
Sentido, sofrido, inventado
Vamos falar de amor até dizer chega
O que jamais chegamos a falar
Aparências
De que adianta falar quando a voz é estéril
E o ventre a acompanha nessa condição
De que adianta o esforço como obrigação
Segurando aparências só com uma mão
Fico muda e rendida às nossas evidências
Faço minhas as tuas reticências
quando a frase até nem era para acabar
Não me queres nem me largas
Grudado nesse vício de me consumir
E fazer-me sumir
Como nuvem aspirada pelo sol
Fico escondida dentro deste corpo
Revelo a minha calma
levanto a pontinha do véu
que cobre a minha vida
Ninguém merece conhecer-me
ninguém merece conhecer-me
Debitas frases mais ou menos concretas
Não avisto andamento das esferas secretas (que dizes possuir)
Minha doença é das crónicas
Nem me atira do abismo nem me dá dias de folga
Faz questão de me lembrar que nos pertencemos
E que juntas viveremos
não felizes para todo o sempre
Esta paixão não é recíproca
É um amor platónico que deixei alastrar
Como faço para recuar se já dei um passo em falso
E soa a falsa esta resolução
Foi assim que escolhi...
E o ventre a acompanha nessa condição
De que adianta o esforço como obrigação
Segurando aparências só com uma mão
Fico muda e rendida às nossas evidências
Faço minhas as tuas reticências
quando a frase até nem era para acabar
Não me queres nem me largas
Grudado nesse vício de me consumir
E fazer-me sumir
Como nuvem aspirada pelo sol
Fico escondida dentro deste corpo
Revelo a minha calma
levanto a pontinha do véu
que cobre a minha vida
Ninguém merece conhecer-me
ninguém merece conhecer-me
Debitas frases mais ou menos concretas
Não avisto andamento das esferas secretas (que dizes possuir)
Minha doença é das crónicas
Nem me atira do abismo nem me dá dias de folga
Faz questão de me lembrar que nos pertencemos
E que juntas viveremos
não felizes para todo o sempre
Esta paixão não é recíproca
É um amor platónico que deixei alastrar
Como faço para recuar se já dei um passo em falso
E soa a falsa esta resolução
Foi assim que escolhi...
sexta-feira, 1 de maio de 2009
Jogo Viciado
Até segunda, digo com sorriso amarelo
Muito desejo que não venhas mais
Que fiques numa cama qualquer
Bocejando e cortejando quem quiseres
Até mais logo, digo remoída
Revoltada com essa parva saída
Pensando e não podendo retorquir
Guardar no íntimo quase a explodir
Algo que não caiu em saco roto
Amar-te é como jogar no totoloto
Um jogo altamente viciante
Gasto-me a um ritmo alucinante
É sempre a perder e nunca ganhar
É jogar com insistência e nunca acertar
1, xis 2 isso fica pra depois
vem agora ter comigo não consigo decifrar
os números secretos que me vão fazer chegar
ao mais alto patamar... eu não sei jogar!!
Até nunca mais, digo com franca mentira
Ver-te pelas costas, rodopiando para longe
E não consigo perceber essa tua vontade
Em regressar ao jogo e voltar a lançar
os dados viciados, os dados cruzados
fazer uma batota, como quem não quer
fazer –me perder a minha condição
de mulher esperta que não sabe amar
nem jogar!! Nem jogar!!
e continuo a amar, como se nada se tivesse
passado e fosse isso mesmo, somente passado
morto e enterrado pra lá das mesas de casino
pra lá dos baralhos de cartas, do poker, do joker
eu não sei jogar!! Eu não sei jogar!!
Muito desejo que não venhas mais
Que fiques numa cama qualquer
Bocejando e cortejando quem quiseres
Até mais logo, digo remoída
Revoltada com essa parva saída
Pensando e não podendo retorquir
Guardar no íntimo quase a explodir
Algo que não caiu em saco roto
Amar-te é como jogar no totoloto
Um jogo altamente viciante
Gasto-me a um ritmo alucinante
É sempre a perder e nunca ganhar
É jogar com insistência e nunca acertar
1, xis 2 isso fica pra depois
vem agora ter comigo não consigo decifrar
os números secretos que me vão fazer chegar
ao mais alto patamar... eu não sei jogar!!
Até nunca mais, digo com franca mentira
Ver-te pelas costas, rodopiando para longe
E não consigo perceber essa tua vontade
Em regressar ao jogo e voltar a lançar
os dados viciados, os dados cruzados
fazer uma batota, como quem não quer
fazer –me perder a minha condição
de mulher esperta que não sabe amar
nem jogar!! Nem jogar!!
e continuo a amar, como se nada se tivesse
passado e fosse isso mesmo, somente passado
morto e enterrado pra lá das mesas de casino
pra lá dos baralhos de cartas, do poker, do joker
eu não sei jogar!! Eu não sei jogar!!
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